
Em abril o Instituto BRF completou 13 anos. Dentro desse período pilotamos, revisamos, lançamos novos desafios e construímos agendas de trabalho que hoje orientam nossa estratégia de impacto social. Gosto bastante de compartilhar que o fio condutor onde foram amarrados os nós dessa história e que segue firme, recebendo novas costuras, é o fio do Programa Voluntários BRF. Antes do CNPJ, da identidade visual, da camiseta, lá estavam grupos de colaboradores se organizando e mobilizando outros colaboradores, com incentivo da empresa, para participarem de ações em apoio às comunidades do entorno das fábricas. O fato é que o voluntariado e os voluntários BRF constituem o DNA do Instituto BRF, que ao longo desse período soma mais de 40 mil participações voluntárias e 3 mil ações em 70 municípios do Brasil.
Feita essa breve, porém importante contextualização, me proponho a discutir aqui os caminhos do Programa de Voluntariado enquanto estratégia de investimento e impacto social e enquanto plataforma do desenvolvimento de lideranças. O que acompanhamos de perto ao longo desses 13 anos é a não linearidade do Voluntariado e, arrisco a dizer, talvez essa seja a principal característica que o torna tão relevante e versátil quando pensamos em Investimento Social.
A não-linearidade à qual me refiro é de que não existe necessariamenteuma linha evolutiva do Voluntariado quando pensamos em sua diversidade de modelos de ações: na verdade o fortalecimento do voluntariado enquanto Programa ocorre justamente quando conseguimos acomodar seu caráter multifacetado e conectar essa pluralidade de forma estratégica.
Para ilustrar: ações de arrecadação são cruciais em momentos de emergência, como o que acompanhamos nas enchentes do Rio Grande do Sul, quando a mobilização instantânea de doações e voluntários foi crucial em um momento em que era impossível comprar e/ou investir. Foi dessa forma que em pouquíssimos dias mobilizamos mais de 2 toneladas de alimentos e milhares de litros de água.
Na mesma medida, o trabalho que é exercido por mentores voluntários que contribuem com o fortalecimento de organizações sociais e/ou com orientação para jovens em suas escolhas profissionais – no Instituto somamos mais de 2 mil horas de dedicação com esse foco.
Também percebemos a relevância de ações coordenadas em torno das agendas de investimento social da empresa (no caso do Instituto, Educação e Segurança Alimentar): o voluntariado orientado e pautado em ações em comum amplia o alcance do impacto e da percepção dessas estratégias, seja por seus beneficiados seja pela própria rede de colaboradores. Dessa forma, através das ações de Campanha conseguimos revitalizar mais de 400 escolas no Brasil e trabalhar conteúdos de educação para redução do desperdício de alimentos com mais de 15 mil pessoas.
A potência do Voluntariado é justamente sua pluralidade, suas diferentes formas de ser e coexistir, de somar competências, sonhos e habilidades diferentes. Por aqui, através de um piloto com foco em desenvolvimento de lideranças da empresa, alcançamos mais de 80 líderes para se articularem e organizarem ações, desenvolvendo assim competências como oratória, gestão de pessoas e resolução de problemas: o Voluntariado como laboratório para os conteúdos desenvolvidos pelo time de Aprendizagem.
Ao longo desses 13 anos aprendemos que o impacto se dá, não pela ação individual em si, mas pelo encadeamento dessas ações no tempo e com atores estratégicos e, nesse campo, a diversidade é ainda maior, com negócios de impacto, startups, Organizações Sociais, Poder Público: uma rede de parcerias que se somam e que podem ter os voluntários como agentes de conexão e transformação. É essa conexão estratégica que gera impacto e os Programas de Voluntariado são cruciais nesse sentido. Sigamos juntos com o CBVE ampliando o alcance dessa agenda e influenciando mais transformações positivas e colaborativas.
Gabriele Candido, Coordenadora de Impacto Social do Instituto BRF